Monsanto – Documentário de dar a volta à barriga

onsaNão é o primeiro documentário que vejo sobre a Monsanto e o poder que esta multinacional detém a nível global.

Digo que não tenho nada contra a investigação e tecnologia das sementes transgénicas. É um tanto controverso, eu sei, mas depois de muito ter reflectido, simplesmente não tenho. Nem vejo como a humanidade se pode esquivar de obter esse conhecimento ou outro qualquer conhecimento polémico. Alguém o vai fazer, está na genética do ser humano, na sua curiosidade. É a caixa de pandora. Há sempre alguém que a vai abrir.

Creio mesmo que essa tecnologia pode ser ser útil num clima alterado, sendo que também acredito, que num clima alterado, não será útil por muito tempo. Entrando com campo da ficção cientifica, e na exploração espacial, também poderá ter utilidade. Refiro-me a usos pontuais e imperativos. Só.

Dito isto, usar esta tecnologia (pois isto é tecnologia e não comida), directamente na alimentação humana,  ou indirectamente na alimentação de animais para consumo humano, em detrimento de culturas e sementes orgânicas, reais, vivas, é deveras uma barbaridade arrogante de uma dimensão, que apenas tem explicação num mundo neo-liberal, em que conta o lucro, somente o lucro.

Os tentáculos desta e doutras multinacionais a nível global, tornou-se um problema muito sério e difícil de controlar. Estão infiltradas onde interessa, nos corredores do poder, detém esses contacto e ligações, que as tornam difusas, difíceis de desmantelar.

Nos EUA os cidadãos não têm o direito à rotulagem dos alimentos, e não podem escolher em consciência o que comprar. Isto demonstra o poder e como estão instaladas estas multinacionais ao mais baixo nível, na minha opinião.

Na Europa, os transgénicos não entram directamente na alimentação humana sem estarem rotulados, mas entram indirectamente através do consumo de carne, pois é com transgénicos que eles são alimentados.

São reportados todos os anos milhares de suicídios de agricultores, por caírem na propaganda de lucro fáceis e rápidos por parte destes monstros. Endividam-se para comprar as sementes, muitas vezes ignorando, que necessitam de adquirir o herbicida ao qual as sementes são resistentes. Endividam-se mais para comprar o herbicida. E os resultados muitas vezes, ou milhares de vezes são desastrosos devido ao clima, como no caso da Índia.

A solução que encontram para fazer face ao endividamento que agora enfrentam, é beber o herbicida.

Existem muitos vídeos, documentários e testemunhos desta realidade.

Mas não é só.

É o perigo deste cruzamentos entre as espécies da Monsanto, que geram uma maior resistência aos herbicidas, criando autênticos Frankenstein na natureza.

O tempo que esta tecnologia tem, em relação às alterações lentas na natureza , para mim, que não sou expert na matéria, nem tenho canudos, nem dossiers massudos com estudos, é insuficiente para se saber que impactos pode provocar no meio ambiente.

Mas até agora, não são nada promissores. De facto, são desastrosos.

E como desastrosos são, apenas se mantém, através desses tentáculos de fedem a capital e corrupção.

Portugal infelizmente está nesse caminho ignorante, em que vai se lá saber como, agricultores se tornam dependentes desta multinacional.

Neste documentário, percebe-se que os intervalos mínimos exigidos, entre as culturas transgénicas e outras convencionais, são fúteis, servem apenas para dar uma falsa segurança.

Eu tenho para aqui um post sobre os cardos que tenho no quintal. As sementes deslocaram-se 1,5 km, transportadas pelas minhas botas, enxada ou roupas.

Reafirmo que não sou expert na matéria, mas a consideração que tenho pelos expert nesta matéria é nula, aliás, negativa,  e fica um exemplo de como 50 metros de intervalo, é uma medida  gabinete, para enganar os incautos.

Neste documentário, pode-se compreender o tipo de contractos exigidos aos agricultores, o medo em que estes vivem, com dever de sigilo, com inspectores, detectives, fiscais, ninguém sabe como lhes chamar, a rondar as propriedades como chacais, intimidando, não só o agricultor, mas a própria família.

O impacto nas comunidades é brutal, com o incentivo da Monsanto à denuncia entre agricultores, quebrando os laços geracionais comunitários, e semeando a desconfiança entre os mesmos. Uma confiança que foi o suporte destas comunidades. Está agora em perigo, minando a comunidade, enfraquecendo-a.

Agricultores que vêem as suas contas bancárias congeladas sem nenhuma justificação, quando entram em contencioso com a Monsanto. Um acto ilegal, mas aplicado pela banca à ameaça da Monsanto em fechar as suas contas nessa instituição bancária.

Um inferno difícil de imaginar, uma batalha entre homens e monstros financeiros, uma guerra a que não estamos alheios, pois entra-nos pela vida, mesmo que não queiramos.

Um exemplo, é a famosa galinha caseira. Pois não é caseira. Maior parte das rações que existem para venda, são com milho transgénico.

Ao comprá-las, sustenta-se a vida desta via irracional e perigosa.

Não é fácil.

Bom, mas fica o documentário. Retirem as vossa conclusões.

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